Nas eleições deste domingo o PSOE ganhou com cerca de 44% numas eleições que ao todo contaram com 100 partidos concorrentes. Este resultado permitiu que os socialistas elegessem 169 deputados dos 350, ou seja, ficaram a 6 da maioria absoluta.
O PP resistiu bem e teve 40% dos votos com 154 deputados. Em geral existiu um reforço na votação dos dois principais partidos (+5 no PSOE; +6 no PP) face aos resultados de 2004.
O PSOE tem agora grandes facilidades em conseguir acordos parlamentares para conseguir os 6 votos que faltam para aprovar as leis.
P.S.O.E. 169
P.P. 154
CiU 10
EAJ-PNV 6
ESQUERRA 3
I.U. 2
B.N.G. 2
CC-PNC 2
UPyD 1
NA-BAI 1
Resultados detalhados aqui:
http://www.generales2008.mir.es/99CG/FTOP.htm
Para o senado ganhou o PP com 101 senadores contra 89 do PSOE. Em 2004 o resultado tinha sido 102 para o PP e 81 para o PSOE.
A abstenção foi de 24%... Estava à espera que fosse menos...
10/03/2008
PSOE vence em Espanha
Por Unknown à(s) 3/10/2008 01:11:00 da manhã
Marcas: Internacional, politica
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4 comentários:
...houve um reforço da bipolarização partidária em Espanha e um recuo das votações dos partidos regionais [tendo também contribuído o boicote que foi pedido pela ala radical basca - a abstenção subiu dos 27% para os 34% nesse território]...
Só para dar um exemplo, os independentistas moderados Bascos recuaram nas suas votações, acontecendo o mesmo aos regionalistas canários.
No entanto e enquanto na grande maioria dos países, as diferenças entre os dois partidos de massas são muito esbatidas, em Espanha fruto da radicalização do discurso do PP - fortelecido após um segundo mandato de Aznar, e da radicalidade governativa em certas matérias do PSOE [em termos de costumes]e o desenterro de matérias sensíveis como a memória da guerra civil espanhola com indemnização e tributo às vítimas do regime de Franco, entre os quais o avô de Zapatero], uma matéria muito sensível e que era evitada por todos, é interessante verificar esta grande bipolarização do eleitorado, explicando-se assim estas percentagens.
De facto enquanto a regra geral comum é existir uma margem alargada de eleitorado flutuante ao centro - o chamado centrão que alterna normalmente entre os dois maiores partidos de massas, em Espanha isso não acontece daí a elevada votação do PP.
Em termos de governação, isto não augura nada de bom para o PSOE - na medida em que muitas das suas políticas entrarão em choque com uma grande percentagem da população, havendo no entanto o escape de associação com os pequenos partidos nacionais e outros de igual peso mas de expressão regionais [o sistema de atribuição de mandatos favorece estes últimos partidos, facto que provoca alguma polémica]. No entanto para tal terá que efectuar e negociar eventuais cedências.
Mas não deixa de ser curioso esta forte bipolarização da população, traçando eu um grande paralelo com a situação vivida em Itália, onde as transferências de votações entre um bloco e outro são também diminutas.
Faltam apenas 7 votos ao PSOE para conseguir a maioria absoluta e é possivel obter esses sete votos com diversas alternativas.
Assim, o PSOE tanto pode optar por uma coligação sólida como por acordos pontuais.
Todos os acordos têm um custo político
obviamente que sim...a questão é o preço a pagar por isso [julgo que novamente Zapatero irá jogar com as sensibilidades regionais - o que pode por por outro lado em risco o frágil equilíbrio do desenho institucional da unidade espanhola].
No entanto o que pretendo dizer é que esta forte bipolarização, não irá permitir a realização de acordos de regime em matérias sensíveis, dada as diferenças que existem entre o PSOE e o PP, isto numa altura em que a economia espanhola dá sinais de forte abrandamento [se bem que haja um grande manacial de dinehiro para se gastar devido ao lucro das receitas públicas].
Muitos sectores e opinion-makers do país vizinho, clamam uma mudança urgente, redireccionando o investimneto para sectores que não o da construção e do imobiliário, os verdadeiros motores do boom espanhol dos últimos anos. E todos sabemos que esses sectores são muito sensíveis e nada sustentáveis em termos futuros...
...e os maiores partidos concorrentes indicaram possuir planos de revitalização económica assentes em grandes obras públicas...ou seja mais do mesmo...
Retornando ao tópico, a forte bipolarização existente apenas denota que haverá uma grande resistência popular à aplicação de medidas de fundo, podendo compromoter essas mesmas mudanças.
Vou cometer uma heresia!
Na minha opinião, Portugal só tem a ganhar com a divisão da Espanha em cada uma das suas nações.
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