Animado pelas sondagens o PCP não quer coligações, nem sequer com os Verdes, os eternos associados da CDU (e APU).
O que o PCP ainda não percebeu é que esses votos só estão neste momento na coluna do PCP porque existem descontentes...
Quando a pergunta na mente dos eleitores for: Quer que o PS governe dependente do PCP para a estabilidade governativa do país?
A resposta será não e o PCP perde grande parte desses votos.
O PCP está assim a apontar todas as baterias ao PS. Diz que este PS tem políticas mais à direita do que o PSD.
Eu não me incomodo com estas críticas... Quanto mais o PCP diz isso mais o PS penetra no eleitorado de centro que o PS disputa com o PSD.
Uma das consequências deste entusiasmo comunista é o PCP recusar uma coligação de esquerda no Funchal.
Jerónimo de Sousa diz até que na Madeira não há déficit democrático porque o PCP tem bons resultados eleitorais, o que é uma visão curiosa das condições para que se diga que existe democracria.
Eu não sou favorável a essa via de coligação ou frente eleitoral, simplesmente porque neste momento os partidos têm visões inconciliáveis, logo não é possível agregá-los sem que exista um objectivo comum mais forte.
O primeiro objectivo do PCP neste momento é combater o PS...
Quem ficou triste com estes acontecimentos foram João Carlos Gouveia e Miguel Fonseca. O primeiro porque queria a via de uma grande coligação contra o regime, apesar de nunca o ter assumido em documentos estratégicos oficiais.
O segundo porque o fez na última convenção e vê agora gorada essa possibilidade.
Aliás esse foi um dos pontos mais tensos na última convenção e eu defendia a posição de o PS concorrer sozinho ao contrário do Miguel.
O Miguel Fonseca tem no entanto uma proposta alternativa mitigada para a aliança democrática. Fazer a coligação com os que restam... Sendo que os que restam neste momento é apenas o BE porque o CDS/PP não se coliga com a esquerda e neste momento apenas aspira a ser bengala do PSD caso este perca a maioria em 2011.
Acho que fica claro deste episódio é que os partidos têm ideários próprios e estratégias próprias.
A ideia de que combater o regime do PSD-Madeira é suficientemente agregadora para que tudo o resto se esqueça é um erro!
O objectivo da política dos diversos partidos não é apenas derrubar quem quer que seja, mas ver aplicadas as suas ideias. Assim, para o PCP faz mais sentido neste momento combater o PS do que um PSD que não tem qualquer poder a nível nacional.
Para o PCP, a Madeira é um objectivo secundário, apesar de o Edgar Silva ter dito vezes sem conta que queria uma coligação de esquerda. Assim se vê a coerência do PCP!
Considerar o derrube deste regime o alfa e o omega da actuação política não é o papel de um partido que quer ganhar eleições. E quem não quer ganhar eleições não as ganha seguramente.
17/03/2008
PCP não quer coligações
Por Unknown à(s) 3/17/2008 09:12:00 da manhã
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4 comentários:
Quer dizer que não haverá CDU mas PCP nas próximas autárquicas!? Não acredito!
Foi o que ouvi dizer...
Parece que a questão surgiu com a saída do Grupo Parlamentar Comunista da Deputada Luisa Mesquita de Santarem.
Com essa saída o PCP deixou de ser a terceira força política no Parlamento, apesar de em termos de votos a CDU ter grande vantagem.
O problema é que a CDU é uma coligação eleitoral que independentemente do resultado obtido se desfaz no dia das eleições e os eleitos (pelo PCP ou Verdes) integram grupos parlamentares independentes.
Com as recentes sondagens os comunistas olham para o lado e acham que os Verdes já estão maduros... :-)
CDS vengala do PSD?
Deves estar a fazer uma tremenda confusão??!...
Cumprimentos
RR
"bengala"
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