19/02/2008

Vitoria da oposicao no paquistao

A oposiçao venceu no Paquistão! Com mais de dois terços dos votos contados o general ditador tem apenas 5%.

O partido da família Bhutto vai à frente com 40% dos votos. Parece-me bem que não tenham maioria absoluta... pelo menos nesta fase.

Boas notícias para a democracia.

5 comentários:

amsf disse...

Desconfio dessas boas notícias...lá como noutros lugares Democracia sinigica alternância de poder entre famílias...as migalhas que chegarão ao povo não aumentarão...O marido da Bhenazir não é flor que se cheire e o herdeiro é um jovem...Democracia desta não obrigado...

Francisco Castelo Branco disse...

veremos se e uma verdadeira democracia....

il _messaggero disse...

A grande questão é que os EUA e os demais países europeus incentivam estas transfigurações de regimes autocráticos em democracias, através de eleições que na grande maioria das vezes (senão esmagadora) estão totalmente ubvertidas e enviesadas.

Hoje em dia a boa governança e a democraticidade é um imperativo de agenda internacional e um requisito obrigatório para o fornecimento de ajuda [mascarada sob a palavra desenvolvimento e outros chavões semelhantes].

A existência de opiniões públicas fortes nos países ocidentais obrigam a estas autênticas farsas [as eleições decorrem com atropelos que nos países ocidentais seriam considerados de extremamente graves].

Depois há um outro pormenor que o sr.amsf aflorou e bem: a democracia é um valor ocidental, não se compadecendo muitas das vezes com estruturas clânicas ou algo dispares das existentes no mundo ocidental. E uma não consideração desse facto [os políticos, media e demais opinião pública ocidental tendem a se esquecer desse facto] pode efectuar toda a diferença.

No caso do Paquistão, a situação está muito grave do que se possa pensar. Para além de ser um local muito mais perigoso que há 5 ou 6 anos atrás, é uma potência regional com armas nucleares. Por outro lado o próprio estado paquistanês [recorde-se que vigora uma ditadura militar desde 1999] não chega a grande parte do território, sendo que esse papel é coberto pelas imensas redes de ajuda islâmicas e pelas inúmeras escolas corânicas abertas com o grande financiamento dado pelos sauditas na década de 80 e 90 - professando uma corrente wahabita do islão, muito mais extremista e militante que a corrente sufista [sufismo] muito mais calma e espiritual e que era predominante naquela área...

Depois de ver as condições que precederam estas eleições [prisão de juízes do Tribunal Constitucional; inúmeros candidatos a boicotar as mesmas; o clima de medo por causa de possíveis atentados bombistas - muitos eleitores abstiveram-se de votar; assim como as redes de compadrios existentes] fazem duvidar seriamente da validade das mesmas.

P.S. o cavalo de corrida que os EUA apostaram [Musharraf] apenas teve o condão de tornar cada vez mais intolerável a presença dos EUA na região...

Unknown disse...

Partilho as preocupações e os receios... mas não é todos os dias que um ditador em funções faz eleições gerais e razoavelmente livres e obtem 5%...

il _messaggero disse...

Só deixar mais duas ideias:

1- Musharraf não estava na corrida, pese esta eleição possa ser vista como um teste ao seu poder;

2- O clima de consternação e de dor pela morte da Benazir B. favoreceu a votação do PPP, assim como penalizou o candidato de Musharraf - visto como o principal culpado da morte de Benazir B.