11/02/2008

Inerentes sim ou nao?

Devem existir inerentes ou são uma distorção da democracia?

A questão coloca-se tanto na América, como nos congressos partidários em Portugal ou na Madeira.

Os inerentes são criados para evitar que os titulares de determinadas cargos tenham de fazer parte de listas para garantir a sua presença nos congressos.
Existir inerências evita que existam disputas para posicionamento nas listas entre militantes destacados e entre estes e os militantes de base.

Por outro lado, ter inerente pode distorcer a verdade democrática de uma eleições. E minorar o potencial reformador do Partido a cada acto eleitoral interno.

Por exemplo, o actual Presidente do PS-Madeira, João Carlos Gouveia, diz que nunca seria eleito Presidente enquanto existissem inerências... supostamente porque muitos dos militantes em cargos destacados nunca votariam nele, ao contrário dos militantes de base.

Já há algum tempo que no PS-Madeira se eliminaram a grande maioria das inerências com direito a voto. Sobraram um número muito reduzido que dificilmente tem influência no resultado final de um congresso.

E na verdade o grau de renovação política no PS desde essa altura tem sido muito maior.

Mesmo existindo inerências, sempre existiu uma regra que impediu que o número de inerentes fosse superior a 30% dos delegados ao congresso. Mas mesmo assim, a experiência do passado demonstra que tinham um papel determinante no resultado dos congressos.

Eu defendi e continuo a defender que não devem existir inerências com direito a voto. Aqueles "inerentes" que querem participar nas discussões em congresso podem fazê-lo, mas não votam.

Mesmo quando tinha inerências, sempre quis fazer parte das listas, mesmo que posteriormente utilizasse a inerência e fazendo subir o elemento seguinte da lista.

Ser eleito pelos militantes tem mais legitimidade democrática.

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