03/02/2008

Nuno Virgilio termina em terceiro!


Após seis mangas o Nuno Virgílio termina no terceiro lugar, igualando o melhor resultado de sempre de um Português em provas internacionais deste nível competitivo.

Os 148 pilotos em prova são os melhores do mundo na actualidade. É uma honra para mim ver o Nuno Virgílio no podium de uma prova destas. Ainda mais interessante é ser um Clube Madeirense a alcançar este resultado através deste piloto. Quem diria que o Clube Desportivo Câmara de Lobos iria ter um terceiro lugar numa prova do Pré-Mundial de Parapente?

O Nuno é ainda muito novo e por isso é com grande expectactiva que estarei a ver o Europeu deste ano e a Taça do Mundo.

Algumas notas sobre a pontuação nas mangas de parapente.

Uma prova de parapente é composta por várias mangas. Em cada manga existe uma pontuação máxima de 1000 pontos para o piloto que em menos tempo cumpra os objectivos da prova.


Os objectivos da prova consistem (normalmente) em fazer um determinado percurso passando por determinados pontos (a que chamamos balizas).

As provas são sempre diferentes em cada dia e são criadas para que exista um grau de dificuldade crescente, ou seja, apenas os melhor conseguem chegar à ultima baliza (a que chamamos golo).

Os pontos são coordenadas GPS e desde que o piloto esteja a menos de 300 metros dessa coordenada é considerado que picou aquela baliza e pode seguir para a próxima. Toda a prova é realizada com GPS que faz todo o controlo do voo realizado e os dados são descarregados no final da prova para calcular a pontuação.

A pontuação é calculada em primeiro lugar em função do número de balizas que o piloto consegue fazer e em segundo lugar com base no tempo que utilizou para as realizar.

Assim, os pilotos que consigam alcançar mais balizas têm necessariamente mais pontos.

Se dois (ou mais) pilotos terminarem a prova cumprindo todas as balizas o critério tempo passa a ser o determinante para saber quantos pontos leva cada um deles.

Se dois (ou mais) pilotos aterrarem sem ter conseguido picar todas as balizas, utiliza-se o critério da menor distância (em linha recta) a que conseguiram estar da baliza seguinte para distinguir a pontuação entre eles.

Existem ainda algumas regras adicionais para garantir que as pontuações entre mangas são justas. Por exemplo: se muitos pilotos chegarem ao golo então é provável que a prova escolhida nesse dia pelo director de prova tenha sido muito fácil e as pontuações sofrem uma penalização.
Assim, garante-se a justiça entre as diversas mangas.

É necessário ter em conta que cada dia é diferente do outro em termos meteorológicos, pelo que, com mangas com diferentes balizas, todas as provas são uma caixinha de surpresas.

Cada piloto adopta diferentes estratégias e o resultado dessas apostas pode resultar ou não.

A cada manga há grandes mudanças na classificação, quase sempre com novos pilotos no topo.
Para que se tenha uma ideia o Nuno Virgílio (que terminou em terceiro da geral) teve as seguintes posições nas diversas mangas:


1.ª Manga - 15º - 773 pontos
2.ª Manga - 9.º - 880 pontos
3.ª Manga - 9.º - 902 pontos
4.ª Manga - 15.º - 855 pontos
5.ª Manga - 7.º - 904 pontos
6.ª Manga - 24.º - 909 pontos

Como se pode ver a relação entre a posição na manga e a pontuação não é simples. Por exemplo, na sexta manga o Nuno ficou em 24.º e teve 909 pontos e na quinta manga ficou em 7.º e teve 904 pontos... A pontuação não mede apenas o desempenho individual, mas mede também a posição relativa dos pilotos naquele dia.

É por tudo isto que a consistência de resultados do Nuno Virgílio, estando sempre no top da classificação em todas as mangas, voando num sítio que nunca tinha voado antes é fantástico.

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