Os agricultores do centro da Europa até são capazes de estar contentes com estas notícias, mas parece-me que a União Europeia está a cavar a sua sepultura com esta política agrícola “comum”.
O crescimento da China e do oriente em geral aumentou a procura pelo petróleo.
Os países produtores de petróleo não podem e não querem aumentar a produção de petróleo, logo aumenta o preço.
O aumento brutal do preço do petróleo tornou urgente a procura de combustíveis alternativos.
Os bio combustíveis, baseados em oleaginosas são uma alternativa interessante, logo os terrenos passaram a utilizar esta cultura em vez do trigo e outros cereais de sequeiro.
Ao contrário do que pensava Maria Antonieta de França, o povo não pode comer brioches em vez de pão, porque ambos dependem da farinha.
Como há menos trigo na oferta e o povo come sempre mais ou menos a mesma quantidade de pão (procura inelástica - não varia com o preço), aumenta o preço do alqueire de trigo, logo aumenta o preço da farinha, logo aumenta o preço do pão.
Também porque há menos cereal de sequeiro, há menos forragem para as vacas, logo o custo de manter as vacas aumenta porque são necessários alimentos alternativos mais caros, logo o leite é mais caro.
Por incrível que pareça, o aumento do petróleo faz aumentar o preço do leite e do pão.
Neste contexto que sentido faz ter a política agrícola proteccionista em vigor na Europa?
Porque é que não se hão-de abrir as fronteiras a leite e cereais de África e América do Sul?
Como é que podemos continuar a ter quotas de produção de leite se estamos a viver um período de escassez?
Como é que se justifica que cada agricultor europeu receba cerca de 1€ por dia de subsídio por cada cabeça de vaca, quando 80% da população mundial sobrevive com menos de 1€ de rendimento por dia?
Desta vez, a culpa não é dos americanos! A culta desta situação é dos europeus e cabe-nos a nós resolver este problema!
E o subsídio à banana da Madeira? É bom que se saiba que a maior parte do rendimento da banana para os nossos agricultores é do subsídio europeu e não do seu valor comercial…
Esta política agrícola comum é uma loucura e tem de acabar em breve, ou seremos enterrados vivos na sepultura que estamos a cavar…
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