12/03/2008

Embriaguez Patologica

Esta foi uma questão que enquanto deputado coloquei à então Secretária dos Assuntos Sociais num debate solicitado pelo PS sobre toxicodependências em Julho de 2006.


Sr. Presidente, Sr.ª Secretária

Começo esta pergunta descrevendo os sintomas de uma doença e pedindo à Sr.ª Secretária e aos Sr.s Deputados que tentem reconhecer estes sintomas em alguém que conheçam.

A doença apresenta-se tradicionalmente de três formas: aforma alucinatória, a forma delirante e a forma excito-motora.

A forma alucinatória é caracterizada pelo surgimento de alucinações, por vezes um verdadeiro onirismo, um estado em que o espírito se absorve em sonhos, fantasias ou ideias quiméricas. O carácter ameaçador leva o indivíduo a reagir, por vezes, com violência.

A forma delirante em que surgem ideias de perseguição, inimigos e megalomanias.

A forma excito-motora caracterizada por excitação verbal e de movimentos, atitudes furiosas e agressivas, conduta por vezes com perigosidade.

Não sei, Sr. Secretária, se reconhece estes sintomas em alguém que conheça, mas eu reconheço.
Os sintomas que apresentei são de uma doença chamada embriaguez patológica que é um caso bem mais grave do que a embriaguez convencional.


Caso queiram confirmar os sintomas acima descritos, peço-vos que consultem o documento da Direcção Geral da Saúde “Álcool e Problemas Ligados ao Álcool em Portugal” de 2001, na página 53, 2.º parágrafo.

O álcool é a toxicodependência com maior impacto negativo na Região, quer a nível social, quer a nível económico.

É sabido que os alcoólicos têm muita dificuldade em assumir a existência de um problema de consumo.

A minha pergunta é, existindo um cidadão que manifesta publica, notória e reiteradamente comportamentos de embriaguez patológica, que meios e que formas de actuação têm os serviços que V. Ex.ª tutela de forma a fazer ver a esse cidadão que tem um problema grave e que necessita tratamento?

A Sr.ª Secretária não respondeu à pergunta...

1 comentário:

Dani Candy disse...

Foi muito bom ler seu texto, não conhecia a doença e infelizmente creio que conheço uma pessoa que a tem...o problema é fazer o diagnóstico, divulgar e o doente reconhecer.